Doce e Salgado

“Água, Água, Água, Água, Água, Água” Olhe para uma ladeira e me diga se ela sobe ou desce. Não existe ladeira subindo ou descendo. Subir ou descer é uma questão relativa. Depende de onde você vem e para onde vai. Subir ou descer são apenas formas de encarar o movimento no espaço. Formas duais, simplificações lógicas racionalizadas de um mundo que nem sempre é lógico e racional. Assim como Luz, Escuridão, Conhecer, Ignorar, Explicar, Confundir, Corpo, Alma, Doce e Salgado. Essas formas têm lá suas utilidades, funcionam como ferramentas epistemológicas na construção de conhecimento, antes de entender o complexo é necessário entender o simples. Antes de entender as cores e sua diversidade é necessário entender o preto e o branco.

Entretanto não dá para ficar apenas no preto e no branco, pois isso é insuficiente para explicar o mundo. O mundo contém matizes de preto e branco, contém outras cores. Costuma-se dizer que os rios são compostos de “água doce”, mas de onde vem os sais do mar, se não dos rios que “lavam” a terra? Um rio, como eu, como o mundo é muito mais complexo que isso. Somos doce e salgado ao mesmo tempo. “No ponto futuro, o doce e o sal vão se misturar.”